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19/04/2013

cena 2



o braço esquecido deu agora lugar à mão esquecida pousada no balcão.
o braço esquecido esquece-se dentro da camisa aos quadrados

azul-céu

aprisionado num balcão de café.

lá fora (es)corre-se a vida em três cruzamentos. um instante
em que já não está

 o rio,

num longe-perto, um azul-noite líquido, esvaído em cintilantes monotonias

recolhidas

as minhas agonias
ai de mim


(maria)

14/03/2013

cena 1



E ele parado na vida. que se desloca fora da meia porta aberta.
a 20 Km/h, a vida em cuidados com a morte, que os três cruzamentos são passagens a lembrarem que só se deve morrer em velocidade moderada.
o homem atrás do balcão, é o braço esquecido de todos os dias no tampo da máquina de café.
quanto é, falou a minha voz, sabendo muito bem que era o mesmo de ontem. O braço respondeu o que a minha voz esperava.
entre a metade da porta, os carros continuavam a deslizar a 20 Km/h.

(maria)